
A alimentação é fundamental para que qualquer um possa ser saudável. Quando temos filhos, essa importância aumenta, pois ficamos responsáveis, durante muitos anos, pela alimentação de outros numa fase crucial do seu crescimento e desenvolvimento.
A alimentação das crianças ocupa um lugar muito importante no dia-a-dia de todos os pais e mães. Mas não é tarefa fácil, a de ensinar hábitos alimentares corretos e saudáveis. Exige algum conhecimento, força de vontade, persistência e muito carinho. E esta tarefa é ainda complicada pelas mil opiniões que circulam sobre o que se deve e não deve dar de comer, quais os hábitos mais saudáveis e quais as regras mais importantes.
A alimentação das crianças obedece a regras muito simples e a uma quantidade enorme de bom senso. Apesar disto, existem ainda muitos boatos e mitos sobre alguns aspetos da alimentação das crianças.
1º Mito: A ceia é fundamental

Errado. Bebezinho bem pequenos, que amamentam de 3 em 3 ou de 4 em 4 horas, não podemos falar de ceia. Após o nascimento, a criança demora alguns meses até adquirir um horário de refeições semelhante ao dos adultos. Mas, a partir dos seis meses, a ceia pode ser dispensada. Não quer dizer que seja proibida, apenas que só deve ser dada se a criança a pedir e que esta não deve ser acordada de propósito para que possa beber um leitinho. Este esquema pode manter-se até cerca de um ano de idade. Nessa altura, já a criança come de tudo, com refeições completas. Os seus dentes estão na fase de erupção mais acelerada e devem ser cuidados com carinho, o que inclui a escovagem de manhã e à noite, antes de ir para a cama. Por esta altura, o mais correto é abolir a ceia. A partir dos doze meses de idade, o leite à noite pouco acrescenta em termos de calorias. O que a criança deixa de ingerir à noite acaba por compensar durante o dia. E o leite à noite fica na superfície dos dentes acabando por facilitar o aparecimento de cáries. Em resumo, a partir dos doze meses, a ceia, não sendo proibida, pode ser evitada.
2º Mito: A cenoura deve ser a base de todas as papinhas

Errado. A cenoura é conhecida por ser de paladar saboroso e de fácil digestão. Por isso, é muitas vezes aconselhada como um dos primeiros legumes e é rica em vitamina A, que é fundamental para o desenvolvimento da visão - quem nunca ouviu que a cenoura faz os olho? Mas, após as primeiras papinhas, nada justifica que a cenoura tenha uma presença obrigatória nas refeições da criança. Pode ser substituída por outros legumes Para além disso, o excesso de cenoura leva a que algumas crianças acumulem na pele o pigmento alaranjado, ficando com o nariz e zona em torno da boca da cor da cenoura.
3º Mito: A criança deve manter sempre os mesmos alimentos

Errado. A preocupação dos pais deve ser a de oferecer à criança alimentos diversificados e de boa qualidade, deve ter mais de 5 cores e não oferecer sempre os mesmos alimentos. A criança deve ser estimulada a experimentar, pois a curiosidade é fundamental na nossa vida. «E se ela não quiser experimentar?», perguntam-me alguns pais. Nesses casos, a regra número um é não fazer da hora da refeição uma guerra. A criança deve ser educada de forma a provar de tudo e a ter liberdade para depois dizer que não gosta. O que não pode é recusar-se a experimentar um alimento novo que lhe surge à frente,para ter certeza que a Criança não gosta de certos alimentos ele deve ser oferecido pelo menos 8 vezes e de formas diferentes ,por isso a função dos pais é levarem-na a provar muitos e muitos alimentos.
4º Mito: A educação faz-se falando com a criança

Errado. A educação faz-se pelo exemplo. Nunca observei uma criança com hábitos alimentares saudáveis quando os seus pais não os têm. A criança aprende observando, imitando aqueles que admira. Como pode uma mãe dar salada a um filho, se o pai, sentado na cadeira ao lado, recusa comê-la? Com que autoridade pode um pai dizer à criança que deve comer determinado alimentos, quando a mãe diz ao mesmo tempo que não vai comer nada? É importante que as regras sejam ensinadas, mas é mais importante ainda que as regras sejam praticadas por todos os que convivem com a criança. Não existe outra forma de educar. E isto é válido não apenas para a alimentação, mas para muitos outros aspetos da educação infantil.
5º Mito: A maioria das crianças obesas não vão tornar-se adultos obesos
5º Mito: A maioria das crianças obesas não vão tornar-se adultos obesos

Errado. Os estudos científicos mais recentes mostram exatamente o contrário: cerca de 70% das crianças obesas vêm a ser adultos obesos. Muitos pais não têm consciência (ou preferem não pensar nisso), mas a verdade é que existe uma relação muito grande entre a obesidade infantil e a obesidade em adulto. E um adulto obeso é um adulto com maior tendência para sofrer de hipertensão, doenças associadas ao coração, diabetes entre outras. Por estas razões, não percebo por que muitos pais e mães encolhem os ombros quando o seu filho de seis ou sete anos tem um peso que ultrapassa todas as curvas de percentis. Pensam que, com a adolescência, tudo voltará ao normal. Mas, como já vimos, na maioria dos casos não é assim. Deve ser preocupação dos pais que as crianças tenham um peso adequado ao longo de toda a sua vida. Se necessário, com a ajuda do nutricionista.
6º Mito: A criança deve comer tudo liquidificado enquanto não tiver dentes
Errado. Os dentes começam a surgir por volta dos seis meses. Mas podem surgir antes, ou mesmo alguns meses depois. Muitas crianças têm o seu primeiro dente aos nove, doze ou mesmo quinze meses, sem que isso represente necessariamente um problema. Por outro lado, a partir dos seis meses, a criança pode começar a comer alguns alimentos sólidos, além do leite. Isso estimula a mastigação e formação dos músculos da face e influencia até na dicção e no controle de babas. Para isso a criança utiliza as gengivas, não os dentes. É importante a evolução da consistência para auxiliar nesse processo de mastigação.
7 º Mito: Todas as crianças deveriam tomar suplementos de vitaminas
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